Os Bombeiros Voluntários de Cruz de Malta são uma associação humanitária, que funciona como entidade privada, com cerca de 1500 sócios e 20 voluntários, prestando apenas serviços de transporte de doentes aos associados.
A ocupar o cargo de presidente, desde outubro do ano passado, João Alvelos afirmou que "o risco de encerrar existe, mas está-se a fazer tudo para que não se verifique".
Segundo João Alvelos, a penhora diz respeito a uma dívida da "direção anterior que não tomou qualquer tipo de posicionamento, a decisão judicial do tribunal está tomada, mas a única coisa que podem fazer é ficar com as ambulâncias".
O atual presidente disse que só teve conhecimento da decisão judicial há cerca de um mês, tendo contactado de imediato a empresa que reclama o pagamento da dívida e proposto "um programa de pagamento da dívida, possibilitando, por um lado, o perdão dos juros e, por outro, fazer uma renegociação em relação a dívida".
Para fazer face a esta situação, a corporação tem em curso vários projetos para ajudar a instituição, como um almoço de beneficência, no dia 13 de abril, e uma campanha de angariação de novos sócios que possam pagar 12 euros por ano.
"Já temos o apoio oficializado da Liga de Bombeiros, quando comunicamos o esforço que temos para salvaguardar a Cruz de Malta", referiu ainda o presidente.
Através de um protocolo com o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica de Lisboa, a instituição está a fazer parte da rede existencial dos sem-abrigo, para o levantamento das condições de saúde destes, na cidade de Lisboa.
Juntamente com a associação de idosos, Coração Amarelo, a corporação está envolvida num projeto que prevê o transporte de idosos para assistirem a espetáculos de várias áreas.
A Cruz de Malta com a colaboração com outras instituições pretende ainda adquirir "uma bicicleta para transporte de deficientes, que proporcionará passeios junto ao Tejo", durante os fins-de-semana", efetuados pelos voluntários da corporação.
Outro dos projetos a ser desenvolvido é a transformação de um prédio de devoluto "numa residência assistida para idosos e, nomeadamente, com uma estrutura de cuidados continuados e cuidados paliativos", disse o presidente, acrescentando que "é um problema na cidade de Lisboa, onde existem 800 camas em défice".
No futuro, os Bombeiros Voluntários de Cruz de Malta pretendem "integrar a rede de assistência pública de transporte de emergência", afirmou o presidente.